O Uber Eats acabou no Brasil. O mercado foi surpreendido em janeiro com um anúncio pela Uber, que a Uber Eats deixará de existir. Em nota, a Uber disse que o fim do delivery de comida foi uma “mudança estratégica” decidida com a intenção de focar os negócios da empresa no país em entrega de compras de supermercado, pelo serviço Cornershop by Uber, e de pacotes, pelo Uber Flash e Direct.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e até o Rappi (veja a nota ao final da matéria) lamentaram a saída do Uber Eats do mercado. “O Rappi acredita em um mercado justo, de livre concorrência, onde haja oportunidades para que todos os players exerçam seu papel e conquistem seu espaço”, pontuou a empresa por meio de um comunicado.
Quem domina o mercado?
Para quem é cozinheiro de aplicativo, como eu, risos, já sabe que temos três grandes que dominam o setor: Ifood, Rappi e o Uber Eats. O que todos querem entender são as condições desse mercado, responsável pela movimentação de R$ 60 bilhões em 2021.
Acostumei a usar o Uber Eats para promoções porque tenho o programa de pontuação que aproveito a pontuação do próprio aplicativo de carros, assim tinha vantagens como frete grátis, por exemplo.
O Ifood para restaurantes que já estava acostumada a pedir mesmo antes do app, como a padaria do bairro, a pizzaria e etc. Ou ainda, o tradicional MC Donald’s, Habbibs, etc., que realmente não estavam nem no Uber Eats, nem no Rappi. E o Rappi, usava com grandes redes que são exclusivas, como é o caso da Starbucks.
Se eu queria um cafezinho especial de lá, a única opção era pedir pelo Rappi. Por aí, já podemos ver qual o app ganha nos pedidos, né?
Dados sobre o mercado
De acordo com pesquisa da Measurable AI, companhia de relatórios de mercado, o iFood “nada de braçadas”, dominando 83% do setor, segundo dados de junho de 2021. Já o aplicativo Uber Eats detinha só 13% do segmento, com o Rappi ficando apenas com 4%.
Com parâmetros diferentes, um relatório produzido pela Statista, empresa de dados voltados para aplicativos, mostra que 68% dos pedidos de comida feitos via app em 2021, no Brasil, foram realizados no iFood.
É possível concorrer com o Ifood?
No processo público n° 08700.004588/2020-47, o Cade pondera que independente da métrica utilizada, o market share do iFood sempre ultrapassa os 20%, que é exigido pela lei para que uma companhia seja considerada como tendo “posição dominante” quando o assunto é concorrência.
O Cade considerou que o iFood utiliza práticas que dificultam a concorrência. O aplicativo tem um programa de exclusividade com restaurantes, ou seja, ao se tornar parceiro do app, o restaurante recebe benefícios como taxas menores de cobrança para utilizar os serviços, mas não pode colocar seu cardápio disponível nos apps concorrentes. Mesmo lembrando que a tática não é ilícita no Brasil e muito menos exclusiva do iFood.
Na matéria do TecMundo você pode ler de forma detalhada toda a história dos apps de comida numa brilhante cobertura. Segue o link.
Uber Eats sai de cena
Olhando os números, podemos entender melhor a decisão do Uber! Porém, no caso da saída do Uber Eats, o segundo maior app, precisamos olhar também para os entregadores, para os restaurantes e parceiros. Ter mais opções de apps sem dúvidas ajuda na negociação e na manutenção de seus negócios.
Na matéria da BBC, vemos que alguns pequenos restaurantes faliram por causa do app. Segue o link.
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